O Running Wild é uma das mais importantes bandas de Heavy metal da Alemanha e do mundo, pois ninguém tem dúvida que eles foram os criadores do chamado "pirate metal" com o seu álbum clássico "Under Jolly Roger", mas deixando esses termos de lado, o que temos aqui é um verdadeiro tesouro pirata do Heavy metal, especialmente pelo fato da banda ter sido formada a 40 anos atrás e eu já estava sem esperanças de ouvir novamente um álbum vindo deles o qual eu poderia chamá-lo de "clássico", pois o último que poderia ser considerado assim seria o "The Rivalry", mas como dizem que a esperança é a última que morre, cá estamos com este novo álbum "Blood on Blood" marcando o retorno a sonoridade clássica.
Logo na primeira música que dá título ao álbum "Blood on Blood" já pude perceber o grande salto na qualidade da produção, isso foi um dos aspectos negativos em alguns poucos álbuns atrás, e aqui está excelente, mas não posso deixar de comentar que essa música serve como uma promessa cumprida pela banda, pois soa excelente no velho estilo Running Wild.
Tenho que destacar as cadenciadas "Say Your Prayers" e "Diamonds & Pearls", lembrando a fase "Blazon Stone", ambas com refrãos que grudam na mente.
Em "Wild & Free" o Heavy metal anos 80 que tanto amamos faz-se presente, assim como na excelente "Crossing The Blades", esta última disponível no EP com o mesmo nome lançado em 2019.
A surpresa para mim foi ouvir a balada "One Night, One Day", pois essa foi a primeira vez que a banda fez isso em toda a sua carreira, na verdade trata-se de uma balada feita para acender um isqueiro no show e cantar junto, mas de qualquer forma foi uma surpresa.
O velho estilo da banda volta com a "The Shellback", aqui Rolf Kasparek mostra que ainda tem munição e sua tripulação mandou muito bem, como é bom ouvir um som de bateria bem produzido.
Não poderia faltar aquela mais Hard rock/rock and roll, como podemos conferir na "Wild, Wild Nights", aliás uma das melhores faixas do disco.
Para encerrar o álbum temos a longa "The Iron Times (1618-1648)", uma faixa épica que nos remete ao Iron Maiden quando executa a mesma proposta, sem dúvida uma das mais fortes composições de "Blood on Blood".
"Blood on Blood" é o 17º álbum da banda que conseguiu provar que os mais de 40 anos de carreira e mesmo com alguns tropeços, conseguiram se levantar e merecem respeito por isso. Álbum mais do que recomendado.
Rating: 9/10