Royal Hunt sempre foi uma das minhas bandas favoritas, pois é uma banda muito facilmente reconhecida sonoramente com o seu metal progressivo, mas não se resume apenas nisso, você consegue identificá-los com facilidade, possuindo um estilo próprio e marcante, e mesmo com diversas mudanças na formação, a banda sempre deixou a sua marca registrada em mais de 30 anos de sua formação e 16 álbuns de estúdio, sempre tendo em sua frente o tecladista e compositor André Andersen.
O consenso é que eles atingiram seu pico artístico em meados dos anos 90 com álbuns "Moving Target" e "Paradox", os quais foram aclamados pela crítica e fãs, ambos contando com o vocalista DC Cooper que fazia a sua estreia no "Moving Target". Falando nisso, o DC Cooper nesse novo álbum ainda continua com seus excelentes vocais, mesmo que não consiga mais atingir aquelas notas mais altas de outrora.
Agora temos a segunda parte do Dystopia, o mais novo álbum do Royal Hunt, a primeira parte desse álbum conceitual inspirado em "Fahreneit 451" de Ray Bradbury foi lançado em 2020. Essa segunda parte novo conta com a participação de Mats Leven (TSO, Skyblood, Vandenberg), Mark Boals (Yngwie Malmsteen, Ring Of Fire, Royal Hunt), Henrik Brockman (Royal Hunt, Evil Masquerade, N´Tribe), Kenny Lubcke (Narita, Zoser Mez) and Alexandra Andersen (Royal Hunt, JSP).
A faixa introdutória orquestral "Midway" serviu para apresentar a poderosa "Thorn in My Heart", possuindo as características clássicas da banda, alternando em partes aceleradas e bem elaboradas, teclados e guitarras guiando os vocais expressivos e os pomposos backing vocals.
A próxima faixa "The Key Of Insanity" começa com uma certa dose de peso nas guitarras, com andamentos progressivos, vocais se alternando em partes mais sombrias, agressivas, e algumas partes mais modernas na parte instrumental, conta com a participação de Mats Leven interagindo com DC Cooper.
Esse lado mais moderno aparece também na faixa "Live Another Day", mas contando com linhas de baixo e bateria no velho estilo da banda, servindo de introdução para os teclados e linhas progressivas que viriam a seguir, além de passagens mais lentas.
A instrumental "The Purge" abre com violino e orquestrações juntamente com riffs de guitarra e um rítmo mais energético. Uma demonstração mais técnica e virtuosa da banda, como uma mistura de Progressivo e Power Metal.
Mark Boals e Henrik Brockmann, ambos ex-vocalistas do Royal Hunt aparecem como convidados e fazendo um dueto com o DC Cooper na faixa "One More Shot". Ficou bem legal esse dueto, interessante ouví-los cantando junto.
A música mais longa do álbum é a "Scream Of Anger", contando com mais de 14 minutos, a primeira parte é instrumental, demonstrando todo o virtuosismo e estilo que fez parte na discografia da banda, a segunda parte começa lenta, mas logo acelera, mostrando toda a capacidade do Royal Hunt com seu ritmo e partes vocais refinados.
A balada "Left In The Wind" demostra toda capacidade vocal do DC Cooper, contendo partes com vocalizações femininas. A curta instrumental "Resurrection F451" encerra o álbum com classe.
O Royal Hunt entregou mais um grande álbum em sua já extensa discografia, para mim a música contida aqui é fantástica, e não tenho dúvida que eles merecem a sua atenção, para os fãs da banda nem preciso dizer que esse álbum é obrigatório.
Rating: 9/10
Banda:
DC Cooper - vocals
Jonas Larsen - guitars
Andreas Passmark - bass
André Andersen - keyboards
Andreas "Habo" Johansson - drums
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